domingo, 18 de outubro de 2009

SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ENERGIZADAS

27-SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ENERGIZADAS
10.6 - SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ENERGIZADAS
10.6.1 As intervenções em instalações elétricas com tensão igual ou superior a 50 Volts em corrente alternada ou superior a 120 Volts em corrente contínua somente podem ser realizadas por trabalhadores que atendam ao que estabelece o item 10.8 desta Norma.
10.6.1.1 Os trabalhadores de que trata o item anterior devem receber treinamento de segurança para trabalhos com instalações elétricas energizadas, com currículo mínimo, carga horária e demais determinações estabelecidas no Anexo II desta NR.
ANEXO II - TREINAMENTO

1. Curso básico - Segurança em instalações e serviços com eletricidade
I - Para os trabalhadores autorizados: carga horária mínima -40h:
Programação Mínima:
1. introdução à segurança com eletricidade.
2. riscos em instalações e serviços com eletricidade:
a) o choque elétrico, mecanismos e efeitos;
b) arcos elétricos; queimaduras e quedas;
c) campos eletromagnéticos.
3. Técnicas de Análise de Risco.
4. Medidas de Controle do Risco Elétrico:
a) desenergização.
b) aterramento funcional (TN / TT / IT); de proteção; temporário;
c) equipotencialização;
d) seccionamento automático da alimentação;
e) dispositivos a corrente de fuga;
f) extra baixa tensão;
g) barreiras e invólucros;
h) bloqueios e impedimentos;
i) obstáculos e anteparos;
j) isolamento das partes vivas;
k) isolação dupla ou reforçada;
l) colocação fora de alcance;
m) separação elétrica.
5. Normas Técnicas Brasileiras - NBR da ABNT: NBR-5410, NBR 14039 e outras;
6) Regulamentações do MTE:
a) NRs;
b) NR-10 (Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade);
c) qualificação; habilitação; capacitação e autorização.
7. Equipamentos de proteção coletiva.
8. Equipamentos de proteção individual.
9. Rotinas de trabalho - Procedimentos.
a) instalações desenergizadas;
b) liberação para serviços;
c) sinalização;
d) inspeções de áreas, serviços, ferramental e equipamento;
10. Documentação de instalações elétricas.
11. Riscos adicionais:
a) altura;
b) ambientes confinados;
c) áreas classificadas;
d) umidade;
e) condições atmosféricas.
12. Proteção e combate a incêndios:
a) noções básicas;
b) medidas preventivas;
c) métodos de extinção;
d) prática;
13. Acidentes de origem elétrica:
a) causas diretas e indiretas;
b) discussão de casos;
14. Primeiros socorros:
a) noções sobre lesões;
b) priorização do atendimento;
c) aplicação de respiração artificial;
d) massagem cardíaca;
e) técnicas para remoção e transporte de acidentados;
f) práticas.
15. Responsabilidades.

2. Curso complementar - Segurança no sistema elétrico de potência (SEP) e em suas proximidades.
É pré-requisito para freqüentar este curso complementar, ter participado, com aproveitamento satisfatório, do curso básico definido anteriormente.
Carga horária mínima - 40h
(*) Estes tópicos deverão ser desenvolvidos e dirigidos especificamente para as condições de trabalho características de cada ramo, padrão de operação, de nível de tensão e de outras peculiaridades específicas ao tipo ou condição especial de atividade, sendo obedecida a hierarquia no aperfeiçoamento técnico do trabalhador.
I - Programação Mínima:
1 - Organização do Sistema Elétrico de Potencia - SEP.
2 - Organização do trabalho:
a) programação e planejamento dos serviços;
b) trabalho em equipe;
c) prontuário e cadastro das instalações;
d) métodos de trabalho; e
e) comunicação.
3. Aspectos comportamentais.
4. Condições impeditivas para serviços.
5. Riscos típicos no SEP e sua prevenção (*):
a) proximidade e contatos com partes energizadas;
b) indução;
c) descargas atmosféricas;
d) estática;
e) campos elétricos e magnéticos;
f) comunicação e identificação; e
g) trabalhos em altura, máquinas e equipamentos especiais.
6. Técnicas de análise de Risco no S E P (*)
7. Procedimentos de trabalho - análise e discussão. (*)
8. Técnicas de trabalho sob tensão: (*)
a) em linha viva;
b) ao potencial;
c) em áreas internas;
d) trabalho a distância;
d) trabalhos noturnos; e
e) ambientes subterrâneos.
9. Equipamentos e ferramentas de trabalho (escolha, uso, conservação, verificação, ensaios) (*).
10. Sistemas de proteção coletiva (*).
11. Equipamentos de proteção individual (*).
12. Posturas e vestuários de trabalho (*).
13. Segurança com veículos e transporte de pessoas, materiais e equipamentos(*).
14. Sinalização e isolamento de áreas de trabalho(*).
15. Liberação de instalação para serviço e para operação e uso (*).
16. Treinamento em técnicas de remoção, atendimento, transporte de acidentados (*).
17. Acidentes típicos (*) - Análise, discussão, medidas de proteção.
18. Responsabilidades
10.6.1.2 As operações elementares como ligar e desligar circuitos elétricos, realizadas em baixa tensão, com materiais e equipamentos elétricos em perfeito estado de conservação, adequados para operação, podem ser realizadas por qualquer pessoa não advertida.
10.6.2 Os trabalhos que exigem o ingresso na zona controlada devem ser realizados mediante procedimentos específicos respeitando as distâncias previstas no Anexo I.
ANEXO I - ZONA DE RISCO E ZONA CONTROLADA
Tabela de raios de delimitação de zonas de risco, controlada e livre.








Figura 1 - Distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de risco, controlada e livre




Figura 2 - Distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de risco, controlada e livre, com interposição de superfície de separação física adequada.
ZL = Zona livre
ZC = Zona controlada, restrita a trabalhadores autorizados.
ZR = Zona de risco, restrita a trabalhadores autorizados e com a adoção de técnicas, instrumentos e equipamentos apropriados ao trabalho.
PE = Ponto da instalação energizado.
SI = Superfície isolante construída com material resistente e dotada de todos dispositivos de segurança.

10.6.3 Os serviços em instalações energizadas, ou em suas proximidades devem ser suspensos de imediato na iminência de ocorrência que possa colocar os trabalhadores em perigo.
10.6.4 Sempre que inovações tecnológicas forem implementadas ou para a entrada em operações de novas instalações ou equipamentos elétricos devem ser previamente elaboradas análises de risco, desenvolvidas com circuitos desenergizados, e respectivos procedimentos de trabalho.
10.6.5 O responsável pela execução do serviço deve suspender as atividades quando verificar situação ou condição de risco não prevista, cuja eliminação ou neutralização imediata não seja possível.
Para garantir uma boa qualidade no serviço de fornecimento de energia é indispensável que não haja, ou que sejam minimizadas, as interrupções no fornecimento desta, pois havendo interrupções freqüentes a qualidade dos serviços será insatisfatória.
A manutenção em linhas e redes de distribuição e transmissão, sem interrupção do fornecimento de energia elétrica aos consumidores, torna-se, hoje, uma necessidade para a melhoria da qualidade dos serviços, pois a medida que a demanda cresce e as cargas conseqüentemente aumentam, a responsabilidade das empresas de energia elétrica aumentam proporcionalmente no fornecimento ininterrupto de energia.
Por mais perfeito que seja o sistema, sempre ocorrem avarias, as quais implicam em serviços de reparo, que devem ser efetuados sem desenergizá-lo. Para este tipo de trabalho é necessárias a utilização de equipamentos especiais, de qualidade comprovada, e uma equipe especializada para sua execução.
O método de trabalho em instalações energizada apresenta mais segurança do que os trabalhos em linha desenergizada. Para comprovar esta afirmativa basta analisar que a maioria dos acidentes registrados nos serviços em linhas desenergizadas se deve a uma das razões abaixo:
1. Erro na manobra, onde não se previu a energização do circuito;
2. Engano na determinação da zona de trabalho;
3. Contato com instalações energizada vizinha à zona de trabalho.


Considerações Gerais:
Como pré-requisito dos mais importantes na formação de uma equipe em instalação energizada, está a avaliação rigorosa do estado físico e psicológico de cada elemento indicado para compor esta equipe.
Indiscutivelmente, esta observação irá garantir uma porcentagem de segurança nos trabalhos em linhas energizada. Além disso, a utilização de equipamentos adequados e a conscientização de toda a equipe sobre os riscos das tarefas irão garantir a execução dos trabalhos com a máxima segurança.
Concluindo-se que um homem não possuindo o temperamento adequado para esta classe de trabalho não deve continuar com seu treinamento, será aproveitado em outros deveres dentro de suas responsabilidades.
Três dos fatores mais significativos que devem ressaltar nos homens que se dedicam a esta classe de trabalho são:
1. Alto grau de habilidade manual;
2. Coordenação de primeira classe;
3. Temperamento tranqüilo.

Metodologia das Equipes de Linha Viva
1 - Metodologia de Trabalho
Para o desenvolvimento dos trabalhos e Rede de Distribuição Aérea Energizadas, poderão ser classificados por duas metodologia básicas a serem adotadas nas tarefas com linha viva como à distância e ao contato. O que não inviabiliza a utilização simultânea dos dois métodos de trabalho, que é uma técnica muito utilizada e que se aplica perfeitamente na execução dos serviços com Linha Viva.
Por se tratar de dois métodos de trabalho diferente para se executar serviços com redes energizadas o treinamento dos eletricista se inicia com o serviço em Linha Viva à distância que só habilita a executarem serviços somente neste método, passando por um período de avaliação de 3 a 6 meses para se adaptarem a esta nova sistemática de trabalho.
Deverá ser observado rigorosamente a distância de segurança para trabalho, mínima necessária para que o eletricista possa se movimentar, inclusive manipulando equipamentos ou ferramentas, de modo a não ocorrer risco de abertura de arco elétrico em relação ao seu corpo, como sendo de 75 cm, independente da classe de tensão da rede entre 1 Kv e 26,5 Kv, quando em serviços nas redes energizadas ser à distância ou ao contato. Sempre que não for possível respeitar a distancia de segurança para o trabalho, devem ser colocados protetores e coberturas isolantes.
Depois deste período de adaptação se inicia o treinamento com Linha Viva ao contato e só depois de passar por esta fase de avaliação é que o eletricista estaria se credenciando a trabalhar com rede energizada ao contato ficando apto para executar os serviços em redes energizadas aplicando os dois métodos de trabalho de acordo com o procedimento técnico de segurança.
Os trabalhos ao contato direto, somente poderão ser realizados desde que disponíveis os equipamentos nas seguintes classes de tensões:
• sistemas de baixa tensão até 1 Kv - classe 0 de isolamento
• sistemas de media tensão até 17 Kv - classe 2 de isolamento
• sistemas de media tensão até 26,5 Kv - classe 3 de isolamento
2 - Método à Distância
Na execução dos serviços utilizando este método, nestas tarefas com Linha Viva os eletricista trabalham em potencial de terra ou seja posicionados em escadas comuns de madeira, ou até mesmo em esporas, executando todos os serviços usando ferramentas e equipamentos adequados.
Na execução de serviços neste método de trabalho, o eletricista deverá estar perfeitamente acomodado na escada, calçando luva de borracha com luva de cobertura na classe de tensão da rede e todo serviço será executado através de bastões. Em hipótese nenhuma será permitido que o eletricista toque nas redes diretamente, mesmo equipado com luvas de borracha.
2.1 - Descrição dos Serviços Método à Distância
No inicio da formação de uma equipe de linha viva se aplica este método para executar as tarefas mais simples nas Redes de Distribuição Aérea como:
• Substituição de isoladores de pino e ou acessórios como pinos ou amarração, cadeia com isolador de suspensão em estruturas simples ou duplas
• Substituição de cruzetas, simples ou duplas em ângulos suaves com isolador de pino ou suspensão
• Instalação e ou substituição de postes com estrutura simples
• Substituição de para raio e ou equipamentos
Na pratica se executa todos os serviços de linha ao contato direto e em determinada situações durante a execução de algumas tarefas pode ser utilizada serviços com método à distância facilitando e agilizando o desenvolvimento das tarefas.
Nos locais de difícil acesso, como alto de morro ou local onde não se chega com a cesta aérea aplica-se este método de trabalho com muita eficiência para atendimento deste tipo serviços. Também se mostra muito útil nas estruturas das subestações para se executar manutenção, limpeza de isoladores, par raios, etc...
3 - Método ao Contato
Com este novo método de trabalho os eletricistas se transferem para um potencial intermediário ficando isolado do potencial de terra posicionando dentro de cesta aérea, plataforma isolada ou escada isolada (fiberglass) usando ferramentas e equipamentos adequados.

Na execução de serviços neste método de trabalho o eletricista se acomoda em uma cesta aérea, ou em cima de uma plataforma isolada ou ainda uma escada isolada (fiberglass) devidamente aparamentados com mangas de borracha, luva de borracha com luva de cobertura na classe de tensão da rede, e todo o serviço será executado diretamente na fase energizada.

3 comentários:

  1. Olá, primeiramente cumprimentando pelo blog, gostaria se possivel de solicitar uma ajuda. Trabalho num sindicato de eletricitários em Florianópolis e gostaria de saber se o Sr. conhece alguma norma ou regulamentação que diga que uma pessoa que fez cirurgia com implante de platina não pode trabalhar em rede energizada. O Sr. conhece norma ou lei semelhante? Estou fazendo uma pesquisa apurada, mas não estou encontrando nada. Desde já agradeço. Meu nome é Adriana. Meu email é taxtola@gmail.com. Obrigada!

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  2. Gostaria de saber se para realizar manutenção em luminarias publicas que estão conectadas na rede de BT energizada, é necessario ter especialidade em curso de Linha Viva.meu endereço é centrallluz@gmail.com

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  3. gostaria de saber um pouco sobre a possibildade de trabalhos noturnos com liha viva qual a recomendações das normas?
    e-mail clawdemir@yahoo.com.br

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