terça-feira, 8 de setembro de 2009

Os acidentes nuclear


Chernobyl - O pior acidente nuclear da história foi o da usina de Chernobyl, na ex-URSS (hoje Ucrânia), em 1986. O reator 4 explodiu e a nuvem radioativa que
se formou pela explosão se moveu em poucos dias da Ucrânia para a Polônia e Escandinávia, disparando até o alarme da usina nuclear Forsmark, na Suécia. De uma hora para outra, centenas de milhares de pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas. Até hoje regiões inteiras estão proibidas de produzir comida e a maioria das pessoas que vivem em áreas afetadas está doente. De acordo com estatísticas oficiais do governo da Ucrânia, 15 mil jovens que foram forçados a trabalhar na limpeza das áreas contaminadas tinham morrido até 2002. A totalidade das conseqüências sobre ecossistemas, saúde humana e a sociedade nunca será conhecida. Foram documentados em vários países problemas de saúde como câncer de tireóide, leucemia, outros tipos de câncer, problemas respiratórios, digestivos, reprodutivos, neurológicos, psicológicos, vasculares, endócrinos, doenças infecciosas e anormalidades genéticas. Apenas por câncer, o número de mortes pode chegar a 93 mil. Ao todo, estima-se que o acidente tenha afetado entre 5 e 8 milhões de pessoas.** Three Mile Island - Em março de 1979, a usina americana de Three Mile Island, na Pensilvânia (EUA), foi o local de um dos piores acidentes nucleares registrados até hoje. O gás responsável pela refrigeração de um de seus reatores escapou, provocando o derretimento do núcleo. Embora não haja números oficiais de pessoas mortas ou afetadas pela radioatividade, sabe-se que houve grande aumento de incidência de câncer e problemas de tireóide, além de vários outros efeitos negativos sobre todos os tipos de vida na região.**
Mayak - A explosão em Mayak, uma fábrica de processamento de material nuclear, em setembro de 1957, expôs 272 mil pessoas a radiações. Meio século depois, Mayak, que fica a sudoeste da Rússia, é um dos lugares com índices de radioatividade mais altos no planeta e o acidente continua a ter um legado de devastação. Milhares de pessoas não foram evacuadas das áreas contaminadas. Nas vilas e cidades vizinhas, o índice de câncer na população é mais do que o dobro da média russa. Mas, em vez de aprender as lições da tragédia, o governo russo aprovou uma legislação que o autoriza a importar combustível nuclear já usado de outros países para Mayak, resíduos que ficarão na fábrica de processamento para sempre. O combustível nuclear estrangeiro processado em Mayak causou até hoje o derramamento de 3 milhões de metros cúbicos de líquido radioativo no meio ambiente. Mayak já reprocessou 1.540 toneladas de combustível nuclear usado de muitos países, incluindo a Hungria, Bulgária, Alemanha, Finlândia e República Checa. Japão – Após um forte terremoto, a usina nuclear japonesa Kashiwazaki Kariwa pegou fogo e provocou o vazamento de centenas de litros de água radioativa. Centenas de barris contendo lixo nuclear tombaram e alguns apresentavam vazamentos. No acidente centenas de barris também foram tomabdos e vários deles tinham vazamentos liberando elementos tóxicos como cobalto-60 e cromo-51. Vários incidentes graves ocorreram durante os últimos anos na indústria nuclear japonesa. Em setembro de 1999 três trabalhadores morreram devido à alta irradiação e comunidades locais tiveram que ser evacuadas após falhas de procedimento na fábrica de combustível de Tokaimura. Em agosto de 2004, a ruptura de um cano na usina nuclear Mihama matou cinco trabalhadores e 17 reatores operados pela companhia TEPCO (a mesma responsável pela usina de Kashiwazaki-Kariwa) foram desligados após ser descoberta a falsificação de documentos sobre inspeção de segurança. Em abril de 2006 ocorreu a liberação de 40 litros de líquido contendo plutônio na nova planta de reprocessamento de plutônio em Rokkasho-Mura. Em março de 2007 foi descoberto que a empresa Hokuriku não informou ao público nem aos fiscais de segurança sobre um sério incidente na usina nuclear de Shika, ocorrido em julho de 1999 quando uma falha no controle das varetas causou reações em cadeias de forma descontrolada.** Espanha – Em novembro de 2007, durante uma troca de combustível da usina nuclear Ascó I, houve um vazamento de material radioativo pelo sistema de ventilação, que acabou contaminando um contêiner que estava próximo. Na época do vazamento, a empresa nada comunicou a população. Até que no início de abril um caminhão deixou o material que destinava-se a reciclagem fora do sítio nuclear, o que acabou provocando contaminação em áreas públicas. No entanto, a empresa responsável pela usina manteve essa grave quebra de segurança em segredo durante meses. Mesmo após o Greenpeace ter publicado detalhes do acidente, a Conselho Nuclear de Segurança (CNS), da Espanha, continuou a subestimar a gravidade do fato por muitos dias. Pressionado pelas evidências, eles foram forçados a admitir que o vazamento foi pelo menos cem vezes maior do que o anunciado inicialmente. Partículas radioativas quentes foram espalhadas por muitos quilômetros fora da usina e centenas de pessoas precisaram ser examinadas em busca de uma possível contaminação. Confira o calendário nuclear - um incidente nuclear para cada dia do ano

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